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Crónicas de um café mal tirado

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Seg | 27.02.17

Coimbra tem mais encanto na hora da despedida?

Crónicas de um café mal tirado

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Vim para Coimbra três meses antes da minha mãe virar uma estrelinha no céu (quando entrei para a faculdade) e estou de saída um mês e meio depois do meu pai voltar para junto dela. Tiveram «separados» 13 anos e 27 anos de vida em comum com uma família de 4 filhos.

Se todo este simbolismo pesa na minha decisão? Não. Se alguma vez vou voltar? Não sei. Mas neste momento abandonar Coimbra é só o que para mim faz sentido.

Deixo nesta cidade muitas coisas boas mas essencialmente muita aprendizagem. Escolhi Coimbra para uma nova fase da minha vida e ela acolheu-me de braços abertos.

Foi aqui que aprendi que tenho valor. Consegui entrar para a faculdade, onde tinha um grupo de estudo bem sólido (com quem passei muito tempo e fiz a maior parte das cadeiras que tenho concluídas). Aprendo a partilhar casa (RAJA 1º esquerdo) com 24 raparigas, grande teste à tolerância!

Passados 3 anos estava em Coimbra só por minha conta, tive que arranjar trabalho para me sustentar. Não consegui conciliar com o trabalho e o curso foi ficando pelo caminho…

Ainda fui fazendo algumas cadeiras mas era cada vez mais difícil.

Percorri vários trabalhos …Lusomundo (onde construi uma família e fiquei com amigos para a vida) onde cultivei o meu gosto por cinema. Nós tínhamos direito a dois bilhetes de cinema por semana, tinha altura em que usava os meus e fazia-me de convidada para gastar os Staffs dos meus colegas  . Via dois filmes por dia, ou mais. Adoro ir ao cinema sozinha.

Fiz auditoria de vendas, que foi um trabalho que detestei, era muito parado, muito desgastante psicologicamente.

Depois entrei para o quiosque, onde lancei a âncora e permaneci lá durante 6 anos. Foi aí que descobri a essência de Coimbra, descobri os seus hábitos, as suas gentes. Onde saí da minha zona de conforto e explorei o mundo da venda sugestiva que foi uma das causas que me fez criar este blogue. Um quiosque onde trabalham 8 mulheres. 8 mulheres bonitas por dentro e por fora, onde existe competição saudável, onde cada uma dá o seu contributo, onde existem muitas conversas de dramas da vida real, filmes, livros , maquilhagem, anedotas, piadas secas, onde a boa disposição é requisito obrigatório,  histórias insólitas, clientes que já faziam parte do meu dia a dia.

 

Vai ser muito difícil sobreviver sem os Tecidos Coimbra, sem a Biblioteca ( super hiper mega actualizada!) , sem os meus passeio pela baixa da cidade, sem os amigos que viraram família e que fazem sentir que esta cidade é a minha casa.

 

Mas estou bem com esta decisão, porque neste momento é o melhor para mim. Se estou com medo? SIM, mas tenho outro lado em mim que quer mudança, que quer conhecer sítios novos, fazer novas amizades, traças novas metas e objetivos.

Para onde vou exatamente? Ainda não sei mas.. só posso dizer que vou ficar em Portugal e as coisas vão ficar mais quentinhas, que mais não seja pela calor humano da família. Rumo ao sul do país. Novos desafios numa outra cidade.

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